As Poesias de António Lobo de Carvalho (38)

Ao Marquês do Pombal quando destituído dos seus cargos, e mandado para a sua casa do Pombal.

  

Que desonrem os régios tribunais
Do Pele os sanguinário carniceiros;
Que sejam contadores, tesoureiros
Os que foram nos furtos parciais:

Que estraguem os alheios cabedais
Deputados ladrões! Que maus canteiros
Se digam arquitectos; que os Monteiros
Grão-sultões edifiquem capitais:

Que o Manopla organista, algoz Manique,
Que da cizânia o espalhador Pereira
A agravada justiça não despique:

Que o capitão do bando ao erguer da feira
Rindo-se da galhofa em Pombal fique,
Pode bem suceder; mas não me cheira!

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