Senhor Jesus dos Terramotos (Gravura da colecção da Sociedade Martins Sarmento) |
1
de Abril de 1761
A
Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, determina saísse em
procissão pelas ruas da vila a imagem do Senhor dos Passos, em razão do
"grande terremoto" que houve no dia antecedente "para que
movidos os corações dos pecadores e emenda de suas culpas, fazendo penitência
delas, aplaquem a ira de Deus, que por causa delas nos ameaça com estes tão
tenebrosos avisos, em acção de graças por não permitir que do dito terramoto
resultasse dano considerável a criatura alguma desta vila e suas vizinhanças".
(João Lopes de Faria,
Efemérides Vimaranenses, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento,
vol. II, p. 2)
Por
aqueles dias, a memória do “terramoto com que o céu atemorizou a todo Portugal”
e destruiu Lisboa, no dia 1 de Novembro de 1755, ainda estava demasiado próxima
e viva, pelo que não se estranha que um forte abalo sísmico que se sentiu no
dia 31 de Março de 1761 provocasse pânico, mesmo em Guimarães, onde não terá causado
estragos dignos de registo. Estes fenómenos eram entendidos pelo comum das
gentes como avisos de Deus pelos pecados dos homens. Por esse motivo, a
Irmandade dos Santos Passos fez sair, no dia seguinte, a imagem do Senhor dos
Passos, em procissão que percorreria as ruas de Guimarães numa manifestação de
penitência e de agradecimento por Guimarães ter sido poupada às destruições que
aconteceram noutros pontos do país.
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