Ao Marquês de
Penalva, quando senhorio de umas casas em que o autor assistia.
Da casa São Marçal belo advogado.
E fiscal do caseiro em recta
linha,
Com a pressa com que um mês e
outro caminha,
Parece o ano todo é festejado!
Cuido (quero dizer) que bem
livrado
Ontem fui do aluguel da casa
minha;
Mas revendo a aerostática
folhinha
Já com novo semestre estou
cangado:
Ditoso aquele, que em rasteira
choça
A dormir guarda a vinha a um grande Conde,
Que a casa lhe ergue, paga o que ele almoça!
Nesta pois, em que eu vivo, os
olhos ponde;
Que se a tal renda não sair da
vossa,
Então, meu bom Penalva, não sei donde!
Outro soneto em que o Lobo pede ao seu senhorio o
perdão de um semestre de renda. Desta vez a peça é dirigida ao Marquês de
Penalva, Estêvão de Meneses. Este poema foi escrito depois de 1750 (ano em que Estêvão
de Meneses foi agraciado por D. João V com o título de marquês) e Novembro de
1758, data da morte do fidalgo.
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