Na ocasião
das honras funerais do Provedor dos Armazéns, mandou o autor a seu filho o Il.mo
Fernando de Larre o seguinte
Sete dias há só que a eternidade
Nos privou do bom Larre
esclarecido,
E mil a anos de dor tem padecido
Triste Lísia no horror de atroz
saudade:
Não pareça ficção esta verdade,
A quem souber do estrago
acontecido;
Que deve à proporção do bem
perdido
Corresponder igual penalidade:
Mas enxuga o teu rosto, oh Tejo
amado;
Não te assuste da Parca o
sacrilégio,
Que inda o golpe há-de ser
remediado:
Que apesar seu te assiste o
privilégio
De ver o ilustre pai ressuscitado
Nas ínclitas acções do filho
egrégio.
Fernando
de Larre, era filho de um arquitecto francês, de quem herdou, além do nome, o
cargo de provedor dos armazéns, era, como logo veremos, um dos “mecenas” de
António Lobo de Carvalho.
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