ANTÓNIO (MESTRE), Fisiquo e solorgiam, como lhe
chamam os nossos antigos cronistas, Cirurgião-mor de el-rei D. João II, natural
não de Guimarães, como Barbosa disse inadvertidamente no tomo I da Bibl.
Lusit., mas de Torres Novas, como depois emendou no tomo IV. Era filho do
Mestre Tomás, e foi pai de Nicolau Lopes, que gozou também das honras de Físico
de el-rei. Se é certo o que diz Gaspar Estaço nas suas Antiguidades de
Portugal, cap. 56 n.° 4, vivia ainda cerca dos anos de 1533.
Parece que Mestre António é o verdadeiro autor do Compêndio
das grandesas e cousas notáveis d'Entre Douro e Minho, que muito depois se
imprimiu em 1606 (salvo erro), e que no frontispício se atribui a Rui de Pina,
a cujas crónicas costumava andar anexo em antigos códices. Diz-se que esta
obra, que ainda não tive ocasião de ver, começa: “Como quer que toda a
pessoa etc.”, e acaba: “A mui nobre e sempre leal villa de Guimarães”.- (V.
Rui de Pina.)
Dicionário
Bibliográfico Português,
de Inocêncio Francisco da Silva, continuado e ampliado por Pedro V. de Brito
Aranha, Tomo I, Imprensa Nacional, pp. 77-78
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Comentário a este verbete deixado no Facebook, pelo meu amigo Rui Faria:
A historiografia mais recente diferencia o Mestre António de
Torres Vedras do Mestre António de Guimarães. Ao que tudo indica, Mestre
António de Guimarães, nasceu cá, na judiaria, onde residiu seu pai (que não
mestre Tomás), onde detinha um corrente de três habitações, pegadas à Torre dos
Paços do alcaide-mor, o senhor Diogo Lopes de Lima. Estes paços foram
posteriormente ocupados pela cadeia da Correição. Após a conversão, Mestre
António, fixou residência na Rua de Santa Maria.
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