Guimarães num guia turístico de meados do séc. XIX


Um guia com “dicas” para viajantes em Portugal, publicado em Londres em 1852, dedicou algumas linhas a Guimarães. Na altura, a Citânia ainda não tinha sido estudada por Francisco Martins Sarmento e era descrita como uma cidade mourisca. As torres da muralha de Guimarães eram também vistas como obra dos muçulmanos (embora houvesse, ao que se depreende, quem as atribuísse aos romanos).

Eis o que se escreveu sobre Guimarães:

A povoação das Taipas (na estrada para Guimarães) tem banhos, que são mais benéficos em doenças cutâneas e na gota.

No Citânia, a um quarto de légua da Taipas, existem alguns restos de uma cidade mourisca.
Guimarães é uma cidade muito antiga, magnificamente situada, tendo sido a residência dos primeiros reis de Portugal e o local de nascimento de Afonso Henriques, seu primeiro soberano. A Igreja da Colegiada, antes de ter sido italianizada, era muito bonita no interior; a sua coleção de antiguidades, de um certo género, é valiosa. Da sua torre tem-se uma visão agradável. As torres mouriscas (ou, como alguns pensam, romanas), que ainda permanecem, merecem atenção; o antigo palácio é agora um quartel. A pousada em frente à igreja é muito boa. Em tempos passados, Guimarães foi um lugar de importância, foi o capital dessas regiões de Portugal que foram sendo progressivamente resgatadas das mãos dos mouros, mas agora tem

“Um palácio sem um rei,
Uma catedral sem um prelado,
E uma ponte sem um rio.”
Hints to travellers in Portugal, London: John Murray, Albemarle Street, 1852, pp 36-37

Comentar

0 Comentários