1895 seria o ano do ressurgimento das festas a S. Nicolau. Regressaram em grande, com os antigos e os novos números. O seu momento mais alto seriam as danças dos velhos, como destacava o Religião e Pátria:
Mas o clou da festa foi, à noite, a dança dos velhos, – paródia ao coro das penas da opereta Drago a d'El- Rei. Imaginou-a, fez-lhe a chistosa e apropriada letra, e pô-la na rua, com os impulsos duma velha paixão e de um antigo entusiasmo, um nosso velho amigo. Muito bem e apropriadamente vestidos os “velhos foliões”, muito bem postos naquela mise en scene gaiata. Muito bem ensaiados, abriram-se-lhes, entre ruidosos e sinceríssimos aplausos, os salões da maior parte das famílias vimaranenses, e viram-se, nas ruas, sempre acompanhados de muitos centenares de pessoas até alta madrugada.
Em 1896, as festas, prejudicadas pela intempérie, saíram nos dias 6, 7 e 8 e incluíram um cortejo académico, que partiu da Escola Industrial. O Povo de Guimarães descreveu-o assim:
À frente os indispensáveis tambores e zabumbas; seguiam-se três académicos montados em bons cavalos, um dos quais empunhava a bandeira da academia; a filarmónica União executava o hino académico, precedendo-a a dança das lavradeiras e picadores. Fechava o préstito o carro triunfal conduzindo sobre uma enorme esfera a figura de Minerva empunhando um facho.
O cortejo percorreu algumas ruas da cidade, tendo terminado ao final da tarde. A dança que o integrou visitaria, em seguida, as casas das principais famílias de Guimarães.
As danças regressariam em 1897: no dia 6, desde as 8 horas da manhã, as ruas da cidade foram percorridas por uma engraçada exibição carnavalesca. A meio da tarde, saiu um grupo de danças do Teatro. Depois de se exibir pelas ruas da cidade, visitou, como então era costume, algumas casas particulares.
Em 1898, as festas incluíram uma dança, cujos protagonistas eram os principais jornais do país, sem faltar o Diário do Governo. Exibiu-se, cantando e dançando, pelos largos da cidade e em casas de algumas pessoas mais gradas, recolhendo de madrugada.
No ano de 1899, as danças realizaram-se durante a noite, em casas particulares. Segundo o Vimaranense, estiveram deslumbrantes.
No ano seguinte, apesar de prejudicadas pela chuva, as danças estiveram em bom nível. Foram ensaiadas por Albano Belino. Segundo O Comércio de Guimarães, saíram já noite fechada exibiram-se no Club Comercial e na Assembleia Vimaranense com grande concorrência de sócios e pessoas de suas famílias e também percorreram muitas casas particulares.
[continua]
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