Como se mede um pinheiro?



Como se mede um pinheiro?
Aos palmos? O gigante de 1863 media 96 palmos, o de 1881 “cento e tantos”, o de 1899 atingia os 115.
Aos metros? Nunca menos de vinte: o monstro de 1904 atingia 25 metros, o de 1911 ficou-se pelos 21.
Antigamente, media-se em juntas de bois. O Pinheiro era tanto maior quantas mais juntas de bois acompanhassem o seu cortejo.
Colhendo informações nos jornais, sabemos que em 1881 “o pinheiro ou mastro veio da freguesia de Antemil, pela estrada de Braga, puxado a 7 juntas de bois, precedido de uma coorte de tambores, ladeado de inúmeros archotes, e acompanhado por uma banda de música, tocando o hino escolástico”. Em 1883, o número de juntas subiu para doze. Em 1895, no ressurgimento das festas, já eram 26. Em 1900, o pinheiro foi puxado por “48 juntas de bois, nédios e bem armados”. Em 1904, foram “seiscentas, perdão, sessenta e uma juntas de bois tirando os carros em que vinha o pinheiro!”. Em 1906 formam 70 juntas, record que seria batido em 1911, quando 79 (ou mesmo 80, porque as fontes divergem) juntas de bois se incorporaram no cortejo do pinheiro.
Em 1916, as festas davam sinais de declínio: “O “pinheiro”, mastro anunciador das festas, veio este ano (o nunca visto!) puxado apenas por uma junta... de vacas, que já não viam feno há mais de três quinze dias! Pobres bichos... Infelizes animais!..”
Em 1918, anunciava-se o fim das festas. “Morreu o S. Nicolau!”.
No entanto, em 1919, as Nicolinas ressurgiram com vigor, sendo o pinheiro tirado por “numerosas juntas de bois”. Em 1925, seriam 53. O pinheiro de 1927 deve ter ficado na memória: a ele compareceram 71 possantes juntas de bois. Na década de 1960, a majestade do Pinheiro ainda se media pela quantidade de bois que escoltavam o mastro: em 1965, foram “muitas e possantes juntas de bois” que carregaram o mastro nicolino.
Hoje em dia, a grandeza do cortejo do Pinheiro avalia-se pela quantidade de gente que o acompanha.

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