A Praza do Toural de Santiago de Compostela (clicar para ampliar) |
Segundo os dicionários, Toural
(palavra derivada de touro) é um provincianismo de Bragança, significando o
local onde se vende gado bovino. Encontrámos diversos sítios que adoptaram este
topónimo, especialmente no Nordeste português e também na Galiza, onde foram
contados, pelo menos, 16 lugares com este nome. Em Santiago de Compostela há
uma Praza do Toural. Por regra, estes espaços tiveram a função de feira de
gado. Assim aconteceu no Toural de Guimarães, embora essa função tenha
desaparecido há muito. No início do século XVII, a feira de gado de Guimarães
tinha lugar no Toural, praça que tinha uma configuração completamente diferente
da actual: era um terreiro, com um chafariz de três taças num topo e um
cruzeiro no outro. O seu limite do lado do nascente era formado pela muralha da
vila. Das construções que então existiam nos lados do norte e do poente,
essencialmente casas assobradadas com alpendres voltados para a praça, nenhuma
chegou aos nossos dias. Além de funcionar como feira de gado, nos dias próprios,
em dias festivos ali também tinham lugar corridas de touros.
No dia 21 de Fevereiro de 1619, a vereação acordou que a feira dos bois fosse transferida do Toural para o Campo da Feira. Todavia, esta decisão não terá prevalecido, uma vez que D. João V promulgou, em 20 de Fevereiro de 1732, uma provisão em que se mandava que a feira do gado fosse transferida do Toural para o Campo da Feira. Em 23 de Maio de 1794 foi assinada nova provisão régia em que se voltava a ordenar que a feira do gado passasse do Toural para o Campo da Feira. Em 1834, a venda de gado tinha lugar no largo de S. Francisco, tendo sido então transferida para o Cano, de onde regressaria ao Campo da Feira, uma vez que, em Junho de 1879, a Câmara decidiu que a feira semanal de gado bovino e suíno passasse a realizar-se no Campo do Salvador. O vai-e-vem continuou: em Março de 1880, a venda de porcos regressaria ao Campo da Feira. Em 1884, a feira do gado estava de regresso ao Campo do Salvador. Em 1896, a Associação Comercial requereu à Câmara, sem sucesso, que autorizasse o regresso da venda de gado para o Campo da Feira.
A discussão acerca da localização da venda de gado mobilizava interesses e paixões. A Associação Comercial pretendia que o comércio de gado regressasse ao Campo da Feira, mas encontrava a intransigência da Câmara. Em Dezembro de 1906, a controvérsia era de tal ordem que até houve um comício de lavradores por causa do local da feira do gado. Foi então aprovada a decisão de que deveria continuar no antigo local, até que a Câmara dotasse o Campo da Feira das condições necessárias para que pudesse acolher a venda de animais. Alguns dias depois, foi a vez de reunir em assembleia-geral a Associação Comercial, que defendia a transferência imediata da feira para o Campo do mesmo nome, para discutir o mesmo assunto.
Guimarães tem um Toural, onde algum dia se vendeu gado. Todavia, a feira do gado da vila nunca teve poiso certo.
No dia 21 de Fevereiro de 1619, a vereação acordou que a feira dos bois fosse transferida do Toural para o Campo da Feira. Todavia, esta decisão não terá prevalecido, uma vez que D. João V promulgou, em 20 de Fevereiro de 1732, uma provisão em que se mandava que a feira do gado fosse transferida do Toural para o Campo da Feira. Em 23 de Maio de 1794 foi assinada nova provisão régia em que se voltava a ordenar que a feira do gado passasse do Toural para o Campo da Feira. Em 1834, a venda de gado tinha lugar no largo de S. Francisco, tendo sido então transferida para o Cano, de onde regressaria ao Campo da Feira, uma vez que, em Junho de 1879, a Câmara decidiu que a feira semanal de gado bovino e suíno passasse a realizar-se no Campo do Salvador. O vai-e-vem continuou: em Março de 1880, a venda de porcos regressaria ao Campo da Feira. Em 1884, a feira do gado estava de regresso ao Campo do Salvador. Em 1896, a Associação Comercial requereu à Câmara, sem sucesso, que autorizasse o regresso da venda de gado para o Campo da Feira.
A discussão acerca da localização da venda de gado mobilizava interesses e paixões. A Associação Comercial pretendia que o comércio de gado regressasse ao Campo da Feira, mas encontrava a intransigência da Câmara. Em Dezembro de 1906, a controvérsia era de tal ordem que até houve um comício de lavradores por causa do local da feira do gado. Foi então aprovada a decisão de que deveria continuar no antigo local, até que a Câmara dotasse o Campo da Feira das condições necessárias para que pudesse acolher a venda de animais. Alguns dias depois, foi a vez de reunir em assembleia-geral a Associação Comercial, que defendia a transferência imediata da feira para o Campo do mesmo nome, para discutir o mesmo assunto.
Guimarães tem um Toural, onde algum dia se vendeu gado. Todavia, a feira do gado da vila nunca teve poiso certo.
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