O Centenário de D. Afonso Henriques
Esta pena, com que escrevo, quando se trata do bem da minha terra, não se preocupa com as cores azul e branca ou verde-rubra dos dois partidos em que, actualmente, se acha dividida a família portuguesa.
Há actos que não me dou ao trabalho de condenar, porque a sua condenação está na censura unânime das consciências rectas e dos espíritos esclarecidos, despidos de preconceitos.
Nem eu, nesta visita provisória que faço à tribuna da imprensa, me proponho apreciar o estado da política do nosso querido Portugal, no actual momento histórico.
Tinha que fazer!...
O meu fim ó tão somente colaborar com os meus conterrâneos na homenagem devida ao inclito Vimaranense, honra da nossa terra e glória da nossa pátria — D. Afonso Henriques.
E como o meu desejo consiste em que todos nos unamos para que o centenário resulte brilhante, digno do herói que se comemora e da terra briosa que o realiza, eu prefiro à censura que separa o elogio que congrega e estimula.
Quanto a mim, entre tudo o que vamos fazer para celebrar o VIII centenário do nascimento de D. Afonso Henriques, há uma obra importante, que ocupa um lugar primacial, porque é permanente, e que me satisfaz plenamente pelo que há nela de artístico e de bom gosto.
Refiro-me à colocação da magnifica estátua, que o génio de Soares dos Reis produziu, na ampla e linda praça do Toural.
Aquilo, ali, já é um monumento que honra a terra que o erigiu.
A figura atlética do rei conquistador, que até agora se acanhava ante a grandeza da Penha, que lhe servia de fundo, levanta-se majestosa no meio da linda praça.
E esta obra, que não pode deixar de agradar aos que desejam o embelezamento da nossa querida terra, foi levada a efeito exactamente no ano em que vamos comemorar o centenário do ilustre Fundador da nossa nacionalidade.
Feliz coincidência!
Eu não posso deixar de louvar os que realizaram essa obra; e os meus louvores são tanto mais sinceros quanto é certo que eu não sou um correlegionário — sou antes de tudo e acima de tudo um homem que deseja observai- sempre este princípio de justiça—dar o seu a seu dono.
X.
O Comércio de Guimarães, 21 de Julho de 1911
3 Comentários
Arranjo, feio, porco e mau, muito mau, só visto!
Alguém anda a brincar.
Vão lá para ver.
Todo o resto vai ficar tal como está.
Por acaso sei de fonte segura.
Conheço, muitas pessoas indignadas com o espaço, mas enfim...
Cumprimentos.