As celebrações, em Guimarães, do 7.º centenário da morte de Afonso Henriques estiveram envolvidas em polémica, num tempo em que se discutia o local onde seria implantada a estátua a D. Afonso Henriques, que na altura estava a ser executada pelo escultor Soares dos Reis, avançando-se com a ideia do lançamento da primeira pedra no dia em que se assinalava o centenário, 6 de Dezembro de 1885.
Monumento a D. Afonso Henriques
Diz o nosso colega do “Comércio de Guimarães” que, para se abrir o cabouco para o monumento a D. Afonso Henriques, cuja primeira pedra há-de ser lançada no próximo dia 6 de Dezembro, se espera apenas que a Câmara Municipal indique o ponto em há-de ficar o monumento, e acrescenta que, na opinião de um cavalheiro que foi ouvido a esse respeito, a estátua deve levantar-se no centro do actual campo de S. Francisco, tendo em atenção as dimensões que lhe foram dadas no projecto.
Não sabemos o que a Il.ma Câmara resolverá, mas quer-nos parecer não resolverá de outro modo. A projectada remoção da igreja de S. Sebastião não nos parece que deva ser agora tomada em consideração para se determinar o lugar em que deve levantar-se a estátua. A altura desta e da respectiva base foram calculadas para o actual Campo de S. Francisco, sendo, claro que para um recinto maior e de mais largos horizontes, deveria ser outra a altura. Demais, a obra da remoção da igreja não está ainda senão em projecto, e, quer-nos parecer que, quando se faça, não deverá prejudicar a regularidade do enquadramento actual do Campo. O largo de S. Sebastião será sempre o largo de S. Sebastião, como o Campo de S. Francisco será sempre o Campo de S. Francisco, cada um com os seus limites c com o seu destino especial. Foi esta a opinião que ouvimos ao esclarecido jornalista portuense, o sr. Manuel Maria Rodrigues, quando aqui veio em companhia dos snrs. Soares dos Reis e Gaspar, por ocasião de se celebrar com eles o contrato para a erecção do monumento; e foi este igualmente o nosso voto, quando aquele esclarecido jornalista, verdadeiramente preocupado com o caso, nos falou a tal respeito, como sabemos que o é de muitos cavalheiros com a autoridade e competência, que nós não temos.
Repetimos: não sabemos o que a Il.ma Câmara resolverá, mas quer-nos parecer que a sua resolução não pode ser outra senão a que indicámos.
Não sabemos o que a Il.ma Câmara resolverá, mas quer-nos parecer não resolverá de outro modo. A projectada remoção da igreja de S. Sebastião não nos parece que deva ser agora tomada em consideração para se determinar o lugar em que deve levantar-se a estátua. A altura desta e da respectiva base foram calculadas para o actual Campo de S. Francisco, sendo, claro que para um recinto maior e de mais largos horizontes, deveria ser outra a altura. Demais, a obra da remoção da igreja não está ainda senão em projecto, e, quer-nos parecer que, quando se faça, não deverá prejudicar a regularidade do enquadramento actual do Campo. O largo de S. Sebastião será sempre o largo de S. Sebastião, como o Campo de S. Francisco será sempre o Campo de S. Francisco, cada um com os seus limites c com o seu destino especial. Foi esta a opinião que ouvimos ao esclarecido jornalista portuense, o sr. Manuel Maria Rodrigues, quando aqui veio em companhia dos snrs. Soares dos Reis e Gaspar, por ocasião de se celebrar com eles o contrato para a erecção do monumento; e foi este igualmente o nosso voto, quando aquele esclarecido jornalista, verdadeiramente preocupado com o caso, nos falou a tal respeito, como sabemos que o é de muitos cavalheiros com a autoridade e competência, que nós não temos.
Repetimos: não sabemos o que a Il.ma Câmara resolverá, mas quer-nos parecer que a sua resolução não pode ser outra senão a que indicámos.
Religião e Pátria, n.º 39, 38.ª série, 11 de Novembro de 1885
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