No último dia de Março de 1884, foi discutida na Câmara dos Deputados a questão da criação em Guimarães de uma Escola de Desenho ou de uma Escola Industrial. O assunto foi levantado pelo deputado Wenceslau de Lima. No Diário da Câmara dos Senhores Deputados, encontrámos a transcrição deste debate:
“O sr. Wenceslau de Lima: - Mando para a mesa a declaração do motivo por que faltei a algumas sessões da câmara, sendo esse mesmo motivo que me impediu de estar presente quando se discutiu e foi votado o orçamento rectificado.
Por essa ocasião, o sr. Mariano de Carvalho apresentou uma proposta para ser incluída no orçamento a verba necessária para ocorrer à despesa que ocasionasse a criação de uma escola de desenho em Guimarães. Eu não aprovaria essa proposta se estivesse presente, porque a cidade de Guimarães não precisa do favor de uma escola de desenho. O que faria, era instar com o sr. ministro das obras públicas para que desse cumprimento exacto à lei de 20 de Dezembro de 1864, com que se fundamentou a criação de uma escola industrial na Covilhã, porque essa mesma lei impunha ao governo a obrigação de criar desde logo uma escola industrial, não só na Covilhã, mas também em Guimarães e Portalegre.
Não está presente nenhum membro do governo e por isso não me alongo nas considerações que tinha a fazer, limitando-me a deixar registadas estas palavras no Diário das sessões, para que s. exa., o sr. ministro das obras públicas, tendo delas conhecimento, dê as explicações necessárias sobre o motivo por que não aplicou a Guimarães o preceito daquela lei.”
A esta intervenção, responderá o deputado Mariano de Carvalho, nos seguintes termos:
“O sr. Mariano de Carvalho: - Referindo-me a algumas palavras proferidas pelo Ilustre deputado o sr. Wenceslau de Lima, direi apenas a s. exa. e à câmara, qual foi o motivo por que pedi a criação de uma escola de desenho industrial em Guimarães, e não uma escola de ensino industrial.
O decreto de 1864, na parte em que criou as escolas de ensino industrial, a meu ver, está revogado, e por consequência o decreto referendado pelo actual sr. ministro das obras públicas, pelo qual foram orçadas em várias terras do reino escolas de ensino e de desenho industrial, foi ilegal.
Mas pouco importa agora esta questão. Quer esteja em vigor o decreto de 1864, quer não esteja, as escolas de ensino ou de desenho industrial não podem ser orçadas, sem que no orçamento se consigne para esse fim uma verba.
Conheço desde muito a necessidade da criação de uma escola de ensino industrial na cidade de Guimarães e desejaria que ela se criasse; mas como a despesa era maior, sabia que uma proposta neste sentido não seria aceite nem pelo governo nem pela comissão, por isso me limitei a propor a criação de uma escola de desenho industrial, porque enfim era um princípio para depois se organizarem escolas mais amplas, ao que essa cidade tem direito.
Foi esta a razão do meu procedimento, que, se deu pequeno resultado, sempre deu mais algum que quaisquer retóricas vãs.”
Ainda nesse ano de 1884, por pressão das forças vivas de Guimarães, nasceria a Escola Industrial Francisco de Holanda.
“O sr. Wenceslau de Lima: - Mando para a mesa a declaração do motivo por que faltei a algumas sessões da câmara, sendo esse mesmo motivo que me impediu de estar presente quando se discutiu e foi votado o orçamento rectificado.
Por essa ocasião, o sr. Mariano de Carvalho apresentou uma proposta para ser incluída no orçamento a verba necessária para ocorrer à despesa que ocasionasse a criação de uma escola de desenho em Guimarães. Eu não aprovaria essa proposta se estivesse presente, porque a cidade de Guimarães não precisa do favor de uma escola de desenho. O que faria, era instar com o sr. ministro das obras públicas para que desse cumprimento exacto à lei de 20 de Dezembro de 1864, com que se fundamentou a criação de uma escola industrial na Covilhã, porque essa mesma lei impunha ao governo a obrigação de criar desde logo uma escola industrial, não só na Covilhã, mas também em Guimarães e Portalegre.
Não está presente nenhum membro do governo e por isso não me alongo nas considerações que tinha a fazer, limitando-me a deixar registadas estas palavras no Diário das sessões, para que s. exa., o sr. ministro das obras públicas, tendo delas conhecimento, dê as explicações necessárias sobre o motivo por que não aplicou a Guimarães o preceito daquela lei.”
A esta intervenção, responderá o deputado Mariano de Carvalho, nos seguintes termos:
“O sr. Mariano de Carvalho: - Referindo-me a algumas palavras proferidas pelo Ilustre deputado o sr. Wenceslau de Lima, direi apenas a s. exa. e à câmara, qual foi o motivo por que pedi a criação de uma escola de desenho industrial em Guimarães, e não uma escola de ensino industrial.
O decreto de 1864, na parte em que criou as escolas de ensino industrial, a meu ver, está revogado, e por consequência o decreto referendado pelo actual sr. ministro das obras públicas, pelo qual foram orçadas em várias terras do reino escolas de ensino e de desenho industrial, foi ilegal.
Mas pouco importa agora esta questão. Quer esteja em vigor o decreto de 1864, quer não esteja, as escolas de ensino ou de desenho industrial não podem ser orçadas, sem que no orçamento se consigne para esse fim uma verba.
Conheço desde muito a necessidade da criação de uma escola de ensino industrial na cidade de Guimarães e desejaria que ela se criasse; mas como a despesa era maior, sabia que uma proposta neste sentido não seria aceite nem pelo governo nem pela comissão, por isso me limitei a propor a criação de uma escola de desenho industrial, porque enfim era um princípio para depois se organizarem escolas mais amplas, ao que essa cidade tem direito.
Foi esta a razão do meu procedimento, que, se deu pequeno resultado, sempre deu mais algum que quaisquer retóricas vãs.”
Ainda nesse ano de 1884, por pressão das forças vivas de Guimarães, nasceria a Escola Industrial Francisco de Holanda.
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