Do Nascimento de Afonso Henriques (3)

Corria o duodécimo século da Redenção do Mundo, quando deu princípio à Monarquia Portuguesa o grande coração, e incomparável valor d’el-Rei D. Afonso Henriques, que nasceu na Vila de Guimarães a 25 de Julho do ano 1109. Em vida da Rainha sua mãe não teve mais título, que o de Infante; por sua morte usou do de Príncipe. Entrou a governar a 24 de Junho do ano de 1128 e no de 1139 foi aclamado Rei a 25 de Julho (dia em que a Igreja celebra a festa do Apóstolo Santiago, insigne Patrão de Espanha) na famosa vitoriado Campo de Ourique, em que triunfou do formidável poder Mauritano, e em que ficarão vencidos cinco Reis, a que acompanhavam muitos Príncipes poderosos, fabricando naquele memorável dia o Ceptro Português, e segurando a sua perpetuidade na prodigiosa visão de Cristo Senhor Nosso, como o mesmo Rei testemunhou no juramento, que deu na presença da sua Corte, treze anos depois de passada a dita visão.

D. António Caetano de Sousa, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Lisboa, 1734, Tomo I, Cap. II, pág. 32.

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3 Comentários

Anónimo disse…
Boas Prof.
Tendo "pouco" a ver com a matéria, gostaria de saber se não tem no seu arquivo algo relativo à Ala de S. Miguel ou aos Cavaleiros de Cristo, passível de ser postado aqui no seu blogue. Parabéns pelo blogue.
Um abraço.
Ass: um "curioso".
Anónimo disse…
Viva!

Parabéns pelo excelente blog!

Como historiador que sou, gostaria de saber se possível, algo mais, sobre a versão que diz " que D. Afonso Henriques foi trocado no berço..em virtude de ter nascido com as pernas "entolheitas"...e que portanto, o "Conquistador" teria outra mãe, que não D. Teresa, e daí a falta de relutância quando esta foi aprisionada pelo filho ....entre outras situações..

Agradeço a atenção e possível eventual esclarecimento,

Um Vimaranense em Braga!
1. Sobre a Ala de S. Miguel, de momento, não tenho nada de particularmente interessante para trazer até aqui. Aqui há uns anos (muitos), publicou-se na Revista de Guimarães uma proposta de Armando Matos, que foi patrocinada pela Direcção da Sociedade Martins Sarmento, para a restauração da Ordem Militar da Ala de S. Miguel. Pode encontrar o texto aqui.

2. Quanto àquilo de que se fala no segundo comentário, o que posso dizer é que se trata de lendas que a História não confirma. Incluindo a das pernas encolheitas e a da suposta prisão de D. Teresa no Castelo de Lanhoso. Por aí, não me parece que haja muito a esclarecer.