Vimaranenses: Luís António da Costa Pego Barbosa

Filho de Francisco da Rocha Veloso e de D. Isabel da Trindade Barbosa, nasceu este nosso patrício a 24 de Setembro de 1710. Estudou humanidades em Braga e tão aproveitadamente se entregou ás letras, que estas lhe abriram carreira para os mais elevados cargos que desempenhou.

Foi fidalgo capelão da Casa Real, oficial da secretaria de estado dos negócios do reino, cavaleiro professo na ordem de Cristo, beneficiado da igreja de Santa Maria de Castelo Branco.

Era senhor do morgado de Santo Estêvão e Padroeiro da igreja de S. Pedro, desta cidade, para a qual conseguiu o título e honrarias de basílica, a primeira, que na prima diocese se reconhece e a terceira que ilustra o orbe lusitano, categoria que lhe foi dada por Bento XIV a 26 de Março de 1751.

Muitas das corporações religiosas de Guimarães devem inúmeros benefícios a este incansável patrício. A S. Pedro, além da graça referida, deu diversas alfaias e entre estas um cálice de muito merecimento pelas figuras que o ornavam, levantadas em alto-relevo e que foi roubado na invasão francesa. Às Capuchinhas fez presente das três devotas imagens, Senhora da Madre de Deus, Menino e S. José, com as quais despendeu quantia superior a cinco mil cruzados.

Foram brilhantíssimos os festejos realizados em Guimarães por ocasião da chegada e colocação destas imagens na igreja do convento, descrição que pode ver-se no – Guimarães, apontamentos, etc. – tomo I, pág. 325 e seguintes, leitura que recomendámos.

O nosso vimaranenses escreveu “Novena da Senhora da Madre de Deus de Guimarães”, o “Directório paras os Sábados”, da mesma Virgem e a “Novena do Príncipe dos Apóstolos S. Pedro ara a Basílica de Guimarães”.

As acções beneméritas de Pego Barbosa foram elogiadas num opúsculo em oitavas, “Elogio Métrico”, publicado pelo Dr. Domingos José de Freitas Sampaio, outro ilustre vimaranense.

[João Gomes de Oliveira Guimarães, in O Espectador, n.º 46, Guimarães, 18 de Setembro de 1884]

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