Dando desde os primeiro anos indícios de grande talento e havendo aprendido com muita brevidade a língua latina e humanidades, resolveram seus pais dedicá-lo à vida religiosa.
Recebeu a cógula beneditina a 8 de Maio de 1678 no mosteiro de Tibães, tendo 17 anos de idade.
Estudou filosofia em Pombeiro, teologia em Coimbra e após 4 anos de passante, foi leitor de Artes no mosteiro de Santo Tirso.
Desejando avançar no caminho da virtude e trabalhar por meio da pregação na salvação do próximo recolheu-se ao convento do Porto, depois de da ter renunciado as cadeiras, e aí se entregou ao ministério do púlpito, no qual colhia abundante fruto.
Com o fim de alcançar a reforma da 3.ª Ordem, partiu para Roma, onde atraiu as atenções da Cúria pela sua ciência e virtude, e havendo alcançado a desejada reforma, voltou ao reino, sendo então eleito abade do convento de Carvoeiro, comarca de Viana, o qual foi destinado para se implantar a reforma.
Depois de austeras penitências e contínuos jejuns aqui faleceu a 14 de Setembro de 1721 com 62 anos de idade e 54 de religião.
Compôs as seguintes obras “Sermões Vários”, 1 tomo; “Cerimonial para uso da Monástica Congregação do reino de Portugal disposto conforme os decretos da S. C. dos Ritos”: este volume in folio ficou manuscrito.
Deste nosso ilustre vimaranense não teve conhecimento nosso amigo Padre Caldas, e é certo encontrar-se notícia dele na “Biblioteca Lusitana”, tomo 1.º, bem como no “Dicionário Popular”, obra ainda não completa.
[João Gomes de Oliveira Guimarães, in O Espectador, n.º 43, Guimarães, 28 de Agosto de 1884]
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