A “marquise” do Toural

“Está pronto o esboço projecto de uma galeria na fachada nascente do Toural, destinada a conservar ao respectivo largo, pela supressão do jardim, a sua feição de ponto central da cidade, a dar realce à soberba frontaria que o embeleza, oferecendo assim aos vimaranenses um lugar de estacionamento apropriado e aos estranhos um aformoseamento impressionante, valorizando o local.

É seu autor o ilustre oficial e nosso amigo snr. Capitão Luís Augusto de Pina Guimarães, que põe em relevo, no seu notável trabalho, a sua lucidíssima inteligência e os vastos recursos de que dispõe trabalhando com o seu hábil e primoroso lápis.

A marquise assenta em 16 colunas, e o efeito que produz no desenho, é realmente excelente, constituindo a sua realização uma bela obra para Guimarães, pelo que não devem descansar os entusiastas desse empreendimento, trabalhando desde já, para que não pereça esta iniciativa de tão bom gosto.

O autor do projecto orça essa obra em dois contos a dois contos e quinhentos mil réis, que achámos baratíssimo, e portanto de pequeníssimo dispêndio para os proprietários dos prédios.

Eis as bases principais da marquise:

Colunas de 3,8 m de altura, 0,34 m de diâmetro na base octogonais;

  • Altura máxima da cobertura, desde o peitoril das janelas, 2,11 m;
  • Largura da cobertura, 4,3 m;
  • Vão dos arcos, 6m;
  • Largura do passeio, 3,54 m;
  • Colunas e guarnições de ferro fundido;
  • Cobertura de vidro, pintada a azul celeste;
  • Passeio a mosaico ou a argamassa.

O snr. Capitão Pina mostra ainda no projecto a conveniência que havia em obedecer a uma só cor, a pintura dos prédios de todo o corrente, o que torna mais estético aquele grandioso prédio que é todo o nascente do Toural.

Está exposto num estabelecimento o projecto para que o público de Guimarães o aprecie.”

(in jornal A Alvorada, n.º 5, 1.º ano, 13 de Maio de 1911, pág. 3)

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