A João Xavier de Matos.
Ora tu feito fúria, e quanto
baste
O teu cravo a roer de ferradura!
Tomara ver-te já nessa postura.
Olha que hás-de ficar galante
traste!
Não sei como, João, te não
lembraste
Fingir antes do urso a atroz
figura.
Que as moças por te ouvir a
roncadura
“Ai que bicho! (dirão) afaste,
afaste!”
Virá Jónia também, já que é
faceta,
(Nem tu dela, meu Matos, mais pretendas)
Pôr a mão no focinho ao seu poeta:
Mas se de um bom conselho não te
ofendes,
Chupemos nós a bela garrafeta,
E Jónia vá beber... tu bem me
entendes.
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