As Poesias de António Lobo de Carvalho (26)


O Padre Macedo querendo entrar em casa da Zamperina, recusando esta abrir-lhe a porta.
Diálogo.


  
Truz, truz.. “Z .Q.m bate aí?... M. Abra, senhora,
Sem medo, sem receio, e sem cautela
É Macedo, que estava só por vê-la
Debaixo da janela há mais duma hora.

Zamp. Jesus! senhor Jesus! sem mais demora
A porta abrirei já, pois como a estrela
Seguir sempre intentei quem se desvela
Em obséquios render a tal cantora:

Mac. Não posso tal ouvir, pois tanto afina
E tais passagens faz, que na verdade
Sua voz não é terrestre, sim divina!

Zamp. Isso agora é mentir, na realidade!
E já que zombar quer da Zamperina,
Beije-a no cu por toda a eternidade.

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