À vez primeira que o autor entrou em casa de João Ferreira, um dos
primeiros homens, e o mais benemérito do nome de bom amigo.
Entro em casas de Condes e
Marqueses,
E em panos vejo, aos persas
imputados,
Homens sem braços, outros
degolados,
Tudo ao dente dos ratos
portugueses:
Vou mais dentro, e diviso trinta
arneses ,
Com mil teias de aranha
eclipsados;
Dois saguins me esperam
pendurados,
Que são de casa os servos mais
corteses:
Ao som do chá, que bebo em louça
grossa,
Tosse o fidalgo, falo-lhe a seu
jeito,
E em prosa e verso muita pela
almoça:
Da porta enfim lhe aparto o pé
direito...
Ah bom Ferreira, quem só fora à
vossa!
Que alto negócio não teria feito!
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