ANTÓNIO DE VILAS-BOAS E SAMPAIO, Bacharel em Leis pela Universidade
de Coimbra, Desembargador da Relação do Porto, depois de ter exercido vários
outros cargos de magistratura. — Nasceu no termo de Guimarães, segundo uns, ou
no de Barcelos, como outros dizem, a 27 de Agosto de 1629, e morreu em Barcelos
a 26 de Novembro de 1701. —E.
Nobiliarchia Portuguesa;
tractado da Nobresa hereditária e política. Offerecido ao ex.mo sr. D. João da
Silva, Marques de Gouvêa, etc. Lisboa, por Francisco Villela 1676. 4.º de 349 pág. (O sr.
Figaniere afirma ter visto duas edições diferentes, ambas da mesma oficina e
impressas no referido ano.) — , por Filippe de Sousa Villela 1708. 4.º de X-349
pag. —Novamente correcta, emendada e accrescentada com as armas das famílias
e cidades principaes d'este reino, e outras cousas curiosas. Ibi, na Off. Ferreiriana 1717. 4.º de XII+353 pág. (da qual tenho um
exemplar. E ultimamente, ibi, à custa de Manuel António Monteiro de Campos 1754. 4.º. (Desta aparecem
alguns exemplares com diferente rosto, declarando ser a obra impressa em Amesterdão.)
Apesar de tantas edições, não são muito vulgares os
exemplares desta obra, e os que aparecem correm por preços variáveis entre 400
ou 600 réis até 800 réis. Como é procurada, e provavelmente se não imprimirá
tão depressa, é de esperar que com o tempo vão subindo de valor.
A dicção desta obra é fácil e pura, e o seu estilo menos infeccionado
dos vícios do tempo do que poderia esperar-se. O autor mostra-se às vezes
crédulo, ou falto de critica, adoptando tradições confusas, legendas
inverosímeis, e factos mal averiguados ou absolutamente fabulosos; pelo que não
faltou quem o censurasse mesmo em sua vida. Para tornar mais útil a sua lição
cumpre ter presentes as Advertências que lhe fez o rei de armas
Francisco Coelho, as quais foram publicadas no tomo VI das Provas da História Genealogica da Casa Real Portuguesa de pág. 662 a 703, onde se emendam alguns
descuidos e equivocações, fazendo-se vários aditamentos e explanações que são
de interesse para o assunto.
Auto da Lavradora d'Ayró. Coimbra, por José Ferreira
1678. 4.º — Saiu sob o pseudónimo de João Martins.
Arte
de bem morrer: industrias para faser uma boa morte. Traduzido do italiano. Coimbra, por José Ferreira 1685.
8.°—Saiu anónimo.
Modernamente se publicou a seguinte colecção:
Poesias
de António de Villas-Boas e Sampaio. Auto da Lavradora de Ayró já
impresso em 1678, e Saudades do Tejo e de Lisboa na ausência da Senhora Catharina,
Rainha da Gran-Bretanha. Poema. Coimbra, na Imp. da Univ. 1841. 4.º de XVI-47 pag. —
É precedido de uma notícia biográfica do autor.
O preço nominal deste folheto é de 240 réis; creio porém que
poucos exemplares terão sido comprados por esse preço. Eu paguei pelo que
possuo 100 réis.
Dicionário
Bibliográfico Português,
de Inocêncio Francisco da Silva, continuado e ampliado por Pedro V. de Brito
Aranha, Tomo I, Imprensa Nacional, pp. 294-295
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