FR. ANTÓNIO DE SENA, Dominicano, formado em Teologia pela
Universidade de Lovaina, onde regeu algumas cadeiras da mesma faculdade.
Discorreu depois muitos anos pela Itália, França e Inglaterra, acompanhando o
Prior do Crato D. António, quando pretendente à coroa de Portugal. Foi natural
de Guimarães, e morreu no convento do Carmo em Nantes no 1.° de Fevereiro de
1584, conforme uns, ou de 1586, segundo outros. Todas as obras deste padre, que
são numerosas, foram escritas em latim, e os seus títulos se acham descritos na
Biblioteca de Barbosa
tomo I, onde se poderão ver. Todavia, Fr. António da Silveira, da mesma Ordem,
na tradução que fez e imprimiu da Vida de Sancta Joanna, Princeza de
Portugal, a pág. 204, tratando dos autores que escreveram desta santa diz
que escrevera a sua vida o P. Fr. António de Sena, da Ordem dos Pregadores, nas
crónicas da sua Ordem, por ele compostas na língua portuguesa e dadas à
luz no ano de 1595. Mas isto é uma redonda inexactidão, porque as Crónicas de
que se trata, impressas em Paris no ano citado, foram escritas em latim, e não
em português, como consta de Barbosa no lugar mencionado. Julguei
conveniente rectificar aqui este ponto, para que não induza a novos erros os
leitores., desprevenidos que por ventura acharem tal notícia.
De passagem direi, que no Arquivo da Torre do Tombo existe
(segundo me informam), a folhas 117 de um livro de Leis de II, registado um Alvará
que proíbe a impressão e venda nestes reinos de uma obra que escrevera o
referido Fr. António de Sena, sem que soubessem dizer-me o motivo dessa
proibição.
Dicionário
Bibliográfico Português,
de Inocêncio Francisco da Silva, continuado e ampliado por Pedro V. de Brito
Aranha, Tomo I, Imprensa Nacional, p. 266
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Comentário deixado no Facebook, pelo meu amigo Rui Faria, e que me parece pertinente transcrever aqui:
O Doutor Frei António de Sena era filho de Pedro Gonçalves e
de sua mulher Cecília Vaz, como o descobriu Frei António do Rosário, «Mestre
Frei António de Sena» Separata da Revista da Universidade de Coimbra, vol. 31,
1984, pp. 237-254. Por parte materna pertencia à família Vaz Homem, ligada ao
oficialato régio, com representantes no cabido da Colegiada e, por esta mesma
linha, parece também ter ligações à poderosa comunidade cristã-nova da vila.
~*~
Ano 1586 a 28 de Julho
Rua Nova das Oliveiras
Procuração de Ana Gonçalves filha de Gonçalo Anes mercador
já defunto e de sua mulher Catarina Dias viúva moradora na Rua Nova das
Oliveiras a seu irmão Gaspar Gonçalves ao licenciado Manuel Barbosa ao
Licenciado João de Valadares a Manuel Gonçalves Moreno seu irmão dela
constituinte a João Fernandes Vinagre a Francisco Barroso mercador e morador às
Molianas e Francisco Pires sapateiro morador na Rua Nova das Oliveiras para em
seu nome aparecerem perante o muito reverendo prior do Convento de São Domingos
desta vila de Guimarães e requererem lhe faça novo prazo das herdades que no
termo da vila do Prado lhe deixou o padre Frei António de Sena doutor em
Teologia por doação e nomeação que lhe fez a ela Ana Gonçalves pelos ditos
papeis de nomeação e doação se poderá ver e querendo-lhe fazer o poderá em sua
mão renunciar as vidas e direito que ela Ana Gonçalves tem e aceitará em seu
nome dela todos os instrumentos de emprazamento com todas as rendas e pensões
que bem lhe parecer pelo que fará todos os instrumentos de renunciação e
desistimentos de emprazamentos […] test.: Francisco Gonçalves trasladador
António Vaz mercador e Baltazar Gonçalves ferreiro moradores na dita Rua.
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