Das esplanadas e do usufruto do espaço público

A Praça da Oliveira, hoje, ao final da tarde.

Passou despercebido, mas na reunião desta semana da vereação ouviu-se o Presidente da Câmara anunciar a sua intenção em pôr ordem nas esplanadas. Ora aí está um bom tema para ser discutido: a invasão de mesas, cadeiras e guarda-sóis que nos ocupam as praças e as ruas. Bem sei que a questão tem várias faces, entre as quais as económicas não serão as menores, já que vários negócios do Centro Histórico dependem da ocupação do espaço público. Mas não compreendo que a Câmara aplique regras tão restritas e impositivas à exposição de mercadorias no exterior das lojas do comércio tradicional, ao mesmo tempo que é tão tolerante com as esplanadas dos bares, pastelarias e restaurantes. É necessário definir regras precisas que, acautelando os direitos de quem depende das esplanadas, façam com que um espaço como a Praça da Oliveira deixe de parecer uma selva urbana, onde tudo vale, até encobrir um dos símbolos maiores da cidade, a oliveira, ou quase entrar, com mesas e cadeiras, pelo Padrão adentro. Têm que se encontrar soluções para este problema que salvaguardem a dignidade do património histórico. E não é só o problema da poluição visual que se coloca, é também o das acessibilidades, nomeadamente para pessoas de mobilidade ou de visão reduzidas, para quem se torna um inferno transitar por ruas constantemente atrancadas com esplanadas completamente desreguladas. Discuta-se, pois. E resolva-se. A cidade agradece.

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2 Comentários

Anónimo disse…
Pior, muito pior, a roçar o ridículo, é também o trânsito no Centro Histórico.
Pelo menos, ao Sábado,Domingo e feriados, os carros não deviam transitar por lá.
Nas vésperas de feriados igual.
É surrealista, como temos transito nas noites desses dias, e muitas vezes com espectáculos a decorrer.
Tá mais que na hora de AGIR...
JPO disse…
O que falta para retirar o transito do casco velho da cidade, especialmente á noite e aos fim-de-semana?