No Expresso de 23 de Abril, Henrique Monteiro deixa exclamações e perguntas que poderiam ter saído da pena do seu heterónimo, o genial, venerando e venerável comendador Marques de Correia: Adoro Guimarães! É das cidades mais bonitas de Portugal, a cidade-berço, onde nasceu Portugal. Nasceu porquê? Por causa de Vímara Peres, que deu o nome ao burgo e é considerado o primeiro conde de Portucale? Ou por causa de lá ter nascido D. Afonso Henriques? Não sei, mas parece-me que o nosso primeiro rei nasceu em Viseu. E eu adoro Viseu, é a terra d…
A primeira tarde portuguesa - Batalha de São Mamede , assinada por Acácio Lino, 1922, fotografia de Carlos Pombo, 2005. Fonte : Museu da Assembleia da República . A primeira tarde portuguesa é uma legenda feliz para traduzir o pensamento de Alexandre Herculano acerca da importância da batalha de S. Mamede enquanto momento fundador da construção da nacionalidade portuguesa, sem o qual, na opinião do grande historiador, “constituiríamos provavelmente hoje uma província de Espanha”. Manuel Alegre classificou-a, num discurso que fez em Madrid…
Um dos cart azes de Vasco Carneiro para o 24 de Junho em Guimarães. D e Guimarães o campo se tingia Com o sangue próprio da intestina guerra, Onde a mãe, que tão pouco o parecia, A seu filho negava o amor e a terra. Luís de Camões, Os Lusíadas , canto I, estrofe 31 Ao contrário do que alguns tendem a crer, a afirmação de Guimarães como berço da nacionalidade portuguesa não decorre de aqui ter nascido aquele que viria a ser o primeiro rei de Portugal, mas sim de ter sido em terra vi…
Como acontece quase todos os anos por estes dias, voltam-se a ouvir opiniões que enfatizam a ambição de dar relevância nacional à batalha de S. Mamede, enquanto data que assinala a fundação da nacionalidade portuguesa. Aqui há uns tempos, chegou a haver um movimento no sentido de lhe dar a condição de feriado nacional e, até mesmo, de Dia de Portugal (movimento que era sustentado, essencialmente, pelos militantes locais de uma juventude partidária e que esmoreceu quando o seu partido chegou ao poder e eliminou uns quantos feriados nac…
Magnus Bergström (1890-0960) Sempre me causou estranheza ter um livro que servia de guia de bem escrever português, o Prontuário Ortográfico , que tinha um autor que usava um nome tão alienígena como Magnus Bergstr ö m. Ainda hoje não sei de que ilha nórdica naufragou este erudito, antes de vir cair a esta terras onde já não havia tremas e de aqui se fazer linguista. Nem sequer tenho a certeza de que algum dia tenha existido, embora na Biblioteca Nacional se indique que viveu entre 1890 e 1960 e que, mais ou menos a meio da vida, tro…
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