O que agora se precisa: inteligência e golpe de asa

Guimarães, 1947: imagem do esforço do lectivo para reerguer a tourada, reduzida a escombros por um incêndio.

É em tempo de dificuldade que se vê de que massa é que esta gente é feita. É aí que se põe à prova a generosidade e a grandeza que por aqui sempre se manifesta quando toca a reunir. O exemplo de 1947 está presente como resposta à pergunta recorrente sobre se ainda iremos a tempo. Foram precisos três dias e três noites para que Guimarães reerguesse a tourada dos escombros. Não temos mais do que esse tempo para encontrar uma solução capaz de voltar a insuflar confiança e entusiasmo num projecto que tem tudo para ser um grande momento de celebração colectiva. Dos que agora têm nas suas mãos as decisões que urgem, espera-se inteligência e golpe de asa, para que se superem as diferenças e se inventem soluções mobilizadoras. Não nos desiludam.

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4 Comentários

Cidadão com Dúvidas disse…
Caro Amaro,
O feito apresentado é um marco na nossa história colectiva, algo possível pela memória que deixou em todos os vimaranenses e vizinhos.
A CEC tem todas as condições para marcar a memória da comunidade vimaranense e de todos os que desejem partilhar connosco o próximo ano.
Nesta altura parece-me que a palavra que define o momento é a ponderação. A escolha a fazer não poderá ser precipitada. Deverá recair num verdadeiro líder. Alguém que tenha a capacidade de perceber toda a “força motriz” que a sociedade vimaranense possui e que está apenas à espera que a conduzam. Este líder devera ter a capacidade de congregar toda esta vontade e canalizá-la para os caminhos correctos. Deverá ser alguém que projecte a imagem de Guimarães e da CEC a um nível nacional e internacional, capaz de transformar a imagem negativa que se generalizou na opinião pública. Terá de ser alguém com capacidade de negociar e conviver com o poder local, a diferentes níveis – Autarquia, Associações, Instituições culturais e outras, Grupos económicos locais. Deverá conhecer as lógicas com que as influências se movem a este nível (não entendamos isto como algo negativo). Terá de ser alguém que conheça os meandros da política nacional, nomeadamente pela capacidade de trazer até Guimarães investidores e os chamados opinion makers. Terá de ser um óptimo comunicador, com força para mobilizar para Guimarães os meios de comunicação nacionais e internacionais, especializados e generalistas. Terá de ser um bom administrador mas, mais importante, rodear-se das pessoas certas, com capacidade para executarem e escolherem. Deverá ser um bom decisor. Muito do futuro de Guimarães está em jogo. As suas decisões condicionarão, positiva ou negativamente, o futuro vimaranense.
Deverá ser muito mais, mas chega-nos alguém que seja competente e com inequívocas competências para o lugar.
Não me parece que nenhum dos elementos do CA demissionário possua as características enunciadas. Possuem outras certamente, mas não parecem ser as pessoas indicadas para o Lugar. Compreende-se o risco de escolher alguém novo e, como tal, estranho aos processos, mas pensemos: esta pessoa terá todo o mês de Agosto para conhecer os últimos dois anos, inteirar-se do que já foi feito e de quais as questões prementes. A CEC não vai parar em Agosto, mas os ritmos da própria cidade, e do país, são mais lentos, relaxados. Ora temos um mês para fazer tudo isto e construir uma estratégia que leve a CEC a bom porto. Setembro será certamente o momento para que a CEC entre em agitação, com cerca de 3,5 meses para a abertura oficial, julgo que é verdadeiramente possível.
Já fui crítico em relação aos programadores. Continuarei a ser se não aproveitarem esta oportunidade para se entenderem de uma vez por todas e, de certa forma, tornarem mais fácil o trabalho desta figura sebastianista que aguardamos com alguma impaciência. Deseja-se prudência na escolha. Será que pessoas como o Amaro já foram ouvidas neste processo? Ou mais uma vez o nosso alcaide vai chamar a si, e apenas a si, esta escolha?
Acreditemos
Estou de acordo quanto ao perfil que traça para a figura que deverá ser o rosto e a voz da Capital Europeia da Cultura. Mas tenho dificuldade em encontrar um nome que se ajuste a esse perfil. Tem alguém em mente?

Quanto ao que me pergunta, tenho dado, por me ser pedida, a minha opinião, várias vezes, sobre várias matérias, mas não sobre o futuro, nem sobre nomes. Aliás, nessa matéria, a minha opinião é pouco relevante, por ter consciência de que a decisão será, antes de mais, política.
Anónimo disse…
Depois de Alcácer Quibir
El Rei,D. Sebastião
Uh,hu,hum,hum,hum
Antes de alcácer que vier
Cidadão com dúvidas disse…
Caro Amaro,
de facto é dificil encontrar nomes que encaixem em tal perfil e qualquer nome que se adiante será meramente especulação. Pelas palavras do Sec. Est. da Cultura, no público online de hoje, acredito que a pessoa esteja já escolhida. Poderíamos projectar as nossas aspirações em alguns nomes, mas, sinceramente, com um perfil até superior ao que indiquei só me recordo de um nome - Luis Amado. Talvez seja pedir de mais! ou talvez não. Repondia também ao caracter político da escolha.

De qualquer forma, não é correcto especular. O importante será apoiar incondicionalmente a escolha, receber, acolher, acarinhar e exigir, estar presente e manter a vigilância.